A Inculturação e São Francisco Xavier
O jesuíta Pedro Arrupe, conceituou a Inculturação como “a encarnação da vida e da mensagem cristã em uma área cultural concreta, de modo que não somente esta experiência se exprima com os elementos próprios da cultura em questão, mas que esta mesma experiência se transforme em um princípio de inspiração, a um tempo, norma e força de unificação que transforma e recria esta cultura, formando a origem de uma nova criação”.
A grande epopeia lusitana que brilhou na Ásia nos séculos XV e XVI pela ação direta de São Francisco Xavier, se fez presente pela entrega total a Cristo. Conforme mencionado pelo doutor e professor Luiz Sergio Dias, sua entrega à missão, deve ser vista como aquela entre o objeto e o espelho, pois Ele se entregou por inteiro, esquecendo-se de si próprio para a difusão do Evangelho na Ásia e, em resposta, seu peito ardia em fé, não permitindo descanso. Seu alívio era continuar na missão e assim o fez, confirmando o adágio[1] de seu destino.
São Francisco Xavier não repetiu as palavras de São Paulo, mas não era Ele que vivia em seu próprio corpo, mas sim, Cristo. A Ordem dos Jesuítas exigia ensinar o sacrifício da vontade, com dedicação exclusiva e obediência extrema perinde ac cadáver para sustentar a expansão evangélica no mundo, num período de grande perturbação religiosa.
A adesão plena a Roma era fundamental e São Francisco Xavier respondeu à altura, tanto assim que seu zelo pela salvação das almas, explica os dons sobrenaturais que lhe foram concedidos pela ação direta do Espírito Santo.
Colaboração: Ubirajara de Carvalho (Membro do Apostolado da Oração)
[1] Sentença moral de origem popular.